“TREME TERRA”
A polícia militar na antiga Província do Império brasileiro foi criada pela Carta de
Lei nº 16, de 14 de abril de 1835, por ato do Dr. Joaquim José Rodrigues Torres, o Visconde de Itaboraí, com o nome de Guarda Policial da Província do Rio de Janeiro. A sua biografia é repleta de fatos heroicos, que definem bem o significado da palavra patriotismo, tendo, os seus feitos, norteado e inspirado gerações.
Incialmente, composta por um efetivo de 241 homens, todos voluntários, cidadãos
brasileiros de boa moral, com idade entre 17 e 40 anos. Os oficiais eram oriundos do Exército Brasileiro ou nomeados pelo Presidente da Província, dentre os cidadãos aptos para as funções, com as honras e prerrogativas das “patentes”.
Em sua biografia, destacam-se as participações nas batalhas de Itapiru, Tuiuty, Curuzu,
Humaitá, Lomas Valentinas e Angustura, tendo combatido ainda na guerra do Paraguai
onde, atendendo ao clamor da pátria, marchou para o cenário de guerra em 18 de fevereiro de 1865, sob o comando do Tenente Coronel João José de Brito, com um efetivo de quinhentas e dez praças, recebendo a designação de 12º Batalhão de Voluntários da Pátria – o Treme Terra,
conforme Ordem do dia do Exército nº 447.
Pela sua conduta singular e feitos inigualáveis na luta contra os inimigos da Nação,
os “Treme Terra” tornaram-se verdadeiros baluartes da democracia. Tudo isto, sem negligenciar de seus deveres no combate ao crime, a marginalidade, a proteção à vida e à propriedade.
Ao longo da história, a Instituição Policial Militar, já foi denominada: Corpo Policial
da Província do Rio de Janeiro, Corpo Policial Provisório da Província do Rio de Janeiro,
Força Militar do Rio de Janeiro e, após a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, passou a se chamar – Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
Desde 15 de março de 1975, não ostentamos mais duas polícias – uma do Estado
da Guanabara e outra do Estado do Rio de Janeiro – mas uma única Corporação, forjada no fogo de um passado repleto de glórias e dedicação ao amado povo do nosso Estado e à própria Nação Brasileira.
Atualmente, a segurança pública tem se tornado um tema de grande relevância,
ocupando lugar de destaque nas atenções de todas as camadas sociais, pois o mundo inteiro nos vislumbra, focados na realização da Copa do Mundo em 2014 e nas Olimpíadas em 2016.
Nesse contexto, encontra-se inserido o trabalho do policial militar, que exige um comportamento pessoal irrepreensível, alicerçado nos princípios éticos vigentes na sociedade, consubstanciados em padrões de dignidade, lealdade, probidade, verdade, respeito ao próximo e integridade.
Do mirante da história, tornar-se fácil constatar o exercício de tais preceitos na
conduta da Guarda Policial da Província do Rio de Janeiro, devendo assim, serem pontuados, servirem de marco, sinalizando para esta geração e gerações futuras os princípios, valores e atitudes que jamais deverão ser negligenciados na conduta policial militar.
Nesta solenidade, queremos enaltecer os feitos históricos dos chamados “Treme
Terra”, bravos heróis, que com seus exemplos, atitudes e feitos heroicos, inspiraram as gerações futuras, e, com o seu próprio sangue, defenderam a ordem pública e a própria sociedade brasileira. Reverenciar o dia 14 de abril de cada ano, aniversário da extinta Polícia Militar do Antigo Estado do Rio de Janeiro, e no aquartelamento de Castrioto, possui o simbolismo maior de lembrar à sociedade, às autoridades públicas, e a nós mesmos, a grandeza dos serviços que, há mais de dois séculos, são prestados pela nossa Instituição. A nós, integrantes da PMERJ, resta-nos a obrigação de preservar e, mais ainda, enriquecer o legado por eles deixado.
Felicitações aos nossos “vigilantes obreiros”. Vida eterna à PMERJ!